15 março 2013
“O rouge virou blush.
O pó-de-arroz virou pó-compacto.
O brilho virou gloss.
O rímel virou máscara incolor.
A Lycra virou stretch.
Anabela virou plataforma.
O corpete virou porta-seios.
Que virou sutiã.
Que virou silicone.
A peruca virou aplique… interlace… megahair… alongamento.
A escova virou chapinha.
‘Problemas de moça’ viraram TPM.
Confete virou MMs.
A crise de nervos virou estresse.
A purpurina virou gliter. A tanga virou fio dental.
E o fio dental virou anti-séptico bucal.
Ninguém mais vê: O à-la-carte porque virou self-service.
A tristeza agora é depressão.
O espaguete virou miojo pronto.
A paquera virou pegação.
A gafieira virou dança de salão.
O que era praça virou shopping.
A areia virou ringue.
O LP virou CD.
A fita de vídeo é DVD.
O CD já é MP3.
É um filho onde eram seis.
O álbum de fotos agora é mostrado por e-mail.
O namoro agora é virtual.
A cantada virou torpedo.
E do ‘não’ não se tem medo.
O break virou street.
O samba, pagode.
O carnaval de rua virou Sapucaí.
O folclore brasileiro, halloween.
O piano agora é teclado, também.
O forró de sanfona ficou eletrônico.
Fortificante não é mais Biotônico.
Polícia e ladrão virou Counter Strike.
Fauna e flora a desaparecer.
Lobato virou Paulo Coelho.
Caetano virou um pentelho.
Elis ressuscitou em Maria Rita.
Raul e Renato.
Cássia e Cazuza.
Lennon e Elvis.
A AIDS virou gripe.
A bala antes encontrada agora é perdida.
A violência está maldita.
A maconha é calmante.
O professor é agora o facilitador.
As lições já não importam mais.
A guerra superou a paz.
E a sociedade ficou incapaz. De
tudo. Inclusive de notar essas diferenças.”
— Luís Fernando Veríssimo
Marcadores:leitura,Luís Fernando Veríssimo,texto | 0
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